Fortes chuvas alagam Manaus e expõem falhas da gestão de David Almeida: alerta da Defesa Civil chegou quando cidade já estava submersa

Denúncia

MANAUS (AM) — A terça-feira (14/10) começou com chuva e terminou com revolta. Alagamentos, caos no trânsito, quedas de energia e, acima de tudo, indignação. A população de Manaus amanheceu sob forte temporal, mas o alerta da Defesa Civil, que deveria servir como ferramenta de prevenção, só foi emitido depois das 15h, quando grande parte da cidade já estava debaixo d’água.

O aviso, curto e tardio, chegou aos celulares dos manauaras com a mensagem:
“Defesa Civil: Alerta de alagamento em zona de risco de Manaus. Em caso de emergência, ligue 199/193. Prepare-se para deixar o local.”

Nas redes sociais, o sentimento foi unânime: indignação. “Agora que avisam, depois de já estar tudo alagado”, escreveu uma moradora. Outro ironizou: “Obrigado. O furacão já passou.” As críticas se multiplicaram, especialmente contra o prefeito David Almeida (Avante), acusado de negligência e despreparo diante de mais um episódio de desordem urbana que se repete a cada chuva mais forte.

Em um vídeo publicado às 15h10, o prefeito afirmou estar “acompanhando as fortes chuvas” e que “daqui a pouquinho” seria emitido o alerta da Defesa Civil, declaração que soou como deboche para quem, naquele exato momento, já via carros boiando nas principais avenidas da cidade.

Enquanto a prefeitura reagia tarde demais, a população enfrentava os prejuízos. Registros feitos por moradores mostram ruas completamente alagadas em bairros como Centro, Cidade Nova, Compensa e Japiim. Veículos foram arrastados pela correnteza, casas ficaram inundadas e o transporte público parou em diversos pontos.

A situação foi agravada pela falta de energia elétrica, que atingiu várias zonas da capital. Em nota, a Amazonas Energia informou que as condições climáticas adversas, com descargas elétricas e rajadas de vento, causaram interrupções no fornecimento. As equipes, segundo a empresa, só poderiam atuar após a melhora do tempo.

A cada temporal, a cena se repete: ruas viram rios, bueiros entopem, casas são invadidas pela água e a prefeitura surge apenas para justificar o previsível. O episódio desta terça escancara não apenas a ineficiência do sistema de alerta, mas a falta de planejamento de uma gestão que promete modernidade, mas entrega improviso.

Enquanto isso, o cidadão manauara, mais uma vez, é quem paga o preço com perdas materiais, insegurança e a sensação amarga de que o poder público continua assistindo à cidade afundar, literalmente.

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