A Justiça do Amazonas determinou, nesta terça-feira (8/7), a internação provisória de dois adolescentes, de 16 e 17 anos, suspeitos de envolvimento na agressão que resultou na morte de Fernando Vilaça, de 17 anos, ocorrida no dia 2 de julho, na rua Três Poderes, bairro Gilberto Mestrinho, zona Leste de Manaus. Os jovens, que são primos, foram identificados durante as investigações conduzidas pela Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai).
De acordo com o delegado Luiz Rocha, titular da Deaai, os adolescentes podem cumprir até três anos de internação — pena máxima prevista para menores de idade conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
“As investigações apontaram a participação dos dois adolescentes. Diante disso, solicitamos a internação provisória, que foi autorizada pela Vara da Infância e Juventude Infracional”, explicou o delegado.
Prisão de um dos suspeitos
O delegado informou que, devido à repercussão do caso, o adolescente de 16 anos se apresentou voluntariamente à unidade policial na manhã desta terça-feira (8/7), acompanhado por um advogado. A ordem judicial de internação foi cumprida. O segundo suspeito, de 17 anos, continua foragido, e as buscas para localizá-lo permanecem em andamento.
O adolescente apreendido irá responder por ato infracional análogo ao crime de homicídio qualificado por motivo fútil. Ele será encaminhado à Unidade de Internação Provisória (UIP), onde permanecerá à disposição da Justiça.
Relembre o caso
Fernando Vilaça foi brutalmente agredido no dia 2 de julho, quando saiu de casa para comprar leite. Ele foi atacado por dois adolescentes nas proximidades da sua residência. Um vídeo gravado por testemunhas mostra a vítima desacordada no chão enquanto os suspeitos fogem do local.
Fernando foi levado inicialmente ao Hospital e Pronto-Socorro Platão Araújo e, em seguida, transferido ao Hospital João Lúcio devido à gravidade dos ferimentos. Apesar de ter passado por cirurgia, ele não resistiu e morreu no dia 5 de julho.
Familiares relataram que Fernando era alvo constante de bullying por parte de outros adolescentes. No dia da agressão, ele teria tentado confrontar os agressores após ser insultado novamente, o que culminou no espancamento.
Segundo o delegado Luiz Rocha, há indícios de que as agressões tenham sido motivadas por ofensas homofóbicas.
“Trabalhamos com a hipótese de que o crime tenha sido motivado por injúrias homofóbicas. É inaceitável que uma vida seja tirada por conta de ofensas desse tipo. Vamos apurar com todo o rigor”, afirmou o delegado.
